O ministro da Economia, Paulo Guedes, pode ter de se explicar ao Conselho de Ética da Presidência da República e à Justiça por conta da declaração em que comparou o servidor público que reivindica aumento em época de crise econômica a um parasita.
O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) decidiu tomar medidas judiciais contra o ministro por conta da declaração, que foi classificada pela entidade como “agressão gratuita” e “verdadeiro assédio institucional”.
“Não vamos tolerar”
“Vamos fazer uma representação na Comissão de Ética da Presidência da República e avaliamos acionar o Ministério Público para combater esse discurso ofensivo que agride os 12 milhões de servidores brasileiros”, afirma o presidente do Fonacate, Rudnei Marques, que já mobilizou os advogados do fórum para avaliar as medidas judiciais cabíveis neste caso. “As 32 entidades que compõem o Fórum vão assinar a representação”, adianta.
Marques diz que os servidores não vão aceitar esse tipo de tratamento. “Foi um agressão gratuita, desmedida. Um verdadeiro assédio institucional e moral aos 12 milhões. Não vamos tolerar esse tipo de insulto, sobretudo vindo de um ministro que tem como função zelar pela sociedade”, reclamou, dizendo que esse tipo de declaração só visa jogar a sociedade contra so funcionalismo público.
O Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis) também já acionou seu corpo jurídico para avaliar as medidas judiciais que podem ser tomadas contra os “insultos do ministro”. E a Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) já elaborou até uma estratégia para levar o ministro Paulo Guedes à Justiça por conta dessa declaração.
“Uma nota de repúdio é pouco. Vamos questioná-lo juridicamente, porque entedemos que ele cometeu alguns indícios penais”, confirmou o presidente da CSPB, João Domingos Santos, dizendo que a fala de Guedes configura calúnia, difamação e assédio moral.
Correio Braziliense