| 3 dezembro, 2019 - 16:25

Juiz homologa delação de suspeito de hackear celulares de Moro e da Lava Jato

 

Molição teria armazenado parte das mensagens capturadas nas contas do aplicativo e feito contatos com o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil.

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, homologou a delação premiada de Luiz Henrique Molição, 19, suspeito de integrar um grupo de hackers que invadiu contas de autoridades públicas no Telegram, entre elas o ministro da Justiça, Sergio Moro, e procuradores da Lava Jato.

Reprodução

Um dos presos na Operação Spoofing, da Polícia Federal, Molição é apontado como cúmplice de Walter Delgatti Neto, o Vermelho, considerado o mentor do esquema, nos ataques.

Molição teria armazenado parte das mensagens capturadas nas contas do aplicativo e feito contatos com o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil.

Com base em material obtido do grupo, o Intercept iniciou em junho série de reportagens sobre diálogos de Moro e de integrantes da Lava Jato, os quais lançaram dúvidas sobre a imparcialidade do ex-juiz e dos procuradores.

Folha e outros veículos de imprensa também publicaram notícias a respeito, em parceria com o site.

Em depoimento prestado à PF em setembro, Molição declarou que Delgatti tentou vender as mensagens que obteve a Greenwald, que se recusou a pagar por elas.

As informações que ele apresentou na delação são mantidas em sigilo enquanto o caso estiver sob investigação.

O juiz da 10ª Vara fixou prazo de 15 dias, contados da última quinta-feira (28), para que a PF conclua o inquérito sobre o caso e o remeta ao Ministério Público Federal, que decidirá se denuncia ou não os envolvidos.

Com a colaboração, homologada na noite de segunda (2), Molição deve deixar a prisão.

Segundo reportagem da revista Veja, em sua delação ele se comprometeu a identificar mais três pessoas que teriam participado dos ataques virtuais.

Além disso, prometeu entregar conversas privadas que estariam armazenadas em servidores fora do país e o celular que usava para vazar dados roubados.

Folha de S. Paulo


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