Em resposta enviada ao Supremo Tribunal Federal, o presidente Jair Bolsonaro negou ter a intenção de ofender o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, ao dizer que sabia o que tinha acontecido com o pai dele, Fernando Santa Cruz, morto durante a ditadura militar.
Em julho, Bolsonaro disse que sabia o que tinha acontecido com o pai do presidente da OAB e ainda insinuou que ele teria sido assassinado pelos próprios colegas ligados à esquerda. Porém, o atestado de óbito de Fernando Santa Cruz diz que ele foi morto pelo regime militar.
“Não tive qualquer intenção de ofender quem quer que seja, muito menos a dignidade do interpelante ou de seu pai. No tocante à forma pela qual teria ocorrido a morte do pai do interpelante, limitei-me a expor minha convicção pessoal em função de conversas que circulavam à época”, afirmou o presidente. As informações foram divulgadas pelo portal UOL.
Bolsonaro afirmou ainda que não imputou nenhum crime ao pai do presidente da OAB e pediu que o Supremo arquive o caso.
“O interpelado não imputou qualquer crime, nem ato específico de violência, ao pai do interpelante ou ao próprio requerente, sendo certo que a característica negativa apontada se dirigiu especificamente ao grupo e não à pessoa do pai do interpelante”, diz o documento.
A resposta de Bolsonaro foi dada em interpelação apresentada por Felipe Santa Cruz após as declarações envolvendo seu pai. O relator do caso é o ministro Luís Roberto Barroso. Ele deu 15 dias para Bolsonaro esclarecer o caso, mas o presidente não era obrigado a responder.
Conjur