| 2 agosto, 2019 - 13:33

Revista Forbes diz que Whatsapp vai passar a monitorar “palavras-chaves” em conversas

 

Matéria relata que é o fim da criptografia, mecanismo que garante segurança nos diálogos, cuja tecnologia o Facebook já tem e que agora basta apenas os governos criarem novas leis para legalizar procedimentos para obtenção de informações, que antes eram sigilosas

Foto: Reprodução Internet

Sabe essas conversas que todos têm via Whatsapp, que incluem muitos universos de segredos a dois ou em grupos de amigos, familiares e colegas de trabalho? Agora tudo isso poderá ser compartilhado pelas empresas que as controlam. Mas a novidade é que também o Facebook, que controla o Whatsapp, poderá passar todas as informações de qualquer cidadão para os governos, caso eles queiram e criem dispositivos que tornem legal essa exigência, bastando apenas que novas leis sejam criadas, ou modificadas em nome de modernização do aparato jurídico.

Um artigo publicado na revista norte-americana Forbes, na semana passada, deixa claro que o Facebook não contestou a caracterização que pretendia moderar as conversas criptografadas via WhatsApp usando algoritmos no dispositivo. Mas o que isso quer dizer? Pelas informações da Forbes, o alvoroço criado se deu – inicialmente – pelo silêncio do Facebook sobre esta contestação e, em seguida, também pela negativa de que isso seria uma ação impossível de ser executada, ou seja, uma tremenda contradição entre os executivos da empresa liderada pelo multiblionário Mark Zuckerberg.

O Facebook vai criar – ou já criou – um mecanismo de filtro para analisar determinadas palavras-chaves contidas nos diálogos. Este filtro fará a análise destas palavras e vai escanear o diálogo e enviar a quem interessar. O lado bom é que isso não será agora, embora o ruim é que também não vai demorar muito, principalmente porque a tecnologia avança em grande velocidade no mundo cibernético. A questão é simples: o Facebook desenvolveu um mecanismo com capacidade de detectar conteúdo ilegal em seus produtos criptografados de ponta a ponta, incluindo o WhatsApp. Qual o próximo passo: leis autorizando a entrega destes conteúdos – de uma simples conversa a segredos financeiros – para os governos, começando pelos Estados Unidos, cujo presidente Donald Trump também é um empresário multibilionário.

Este debate já esteve mais quente das terras do Tio Sam, mas agora a sangria vem sendo aparentemente estancada pelas empresas que controlam as redes sociais, junto com os governos mais poderosos do planeta. Para a mídia norte-americana, encabeçada pelo artigo da revista Forbes – que publicou primeiro a notícia – o debate da criptografia está superado e já foi sepultado pelas mãos do Facebook. Nos Estados unidos, o procurador-geral William Barr criticou a criptografia “à prova de garantias”, que ele argumentou proteger os criminosos e terroristas, além de proteger quem costuma a praticar o abuso de poder.

Em resumo, a matéria da revista Forbes aponta para a quebra e fim da criptografia no Whatsapp, seguida da criação de novo conjunto de leis que garantam quebra de sigilo nas redes sociais. Para isso se concretizar, será necessário apenas um novo aparato jurídico para vai permitir que os governos controlem cada cidadão a partir do que é conversado nas redes sociais, utilizando-se de um conjunto de filtros criados pelo Facebook, com a capacidade de entregar qualquer diálogo às autoridades, sob a desculpa de dar segurança ao mundo e combater o terrorismo.

Justiça Potiguar


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1 Comentários
  1. Revista Forbes diz que Whatsapp vai passar a monitorar “palavras-chaves” em conversas | Blog do BG

    02/08/2019 às 15:50

    […] Um artigo publicado na revista norte-americana Forbes, na semana passada, deixa claro que o Facebook não contestou a caracterização que pretendia moderar as conversas criptografadas via WhatsApp usando algoritmos no dispositivo. Mas o que isso quer dizer? Pelas informações da Forbes, o alvoroço criado se deu – inicialmente – pelo silêncio do Facebook sobre esta contestação e, em seguida, também pela negativa de que isso seria uma ação impossível de ser executada, ou seja, uma tremenda contradição entre os executivos da empresa liderada pelo multiblionário Mark Zuckerberg. Confira matéria no portal Justiça Potiguar aqui […]

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