| 7 novembro, 2025 - 14:59

Juiz com diagnóstico de autismo na vida adulta se torna desembargador em SC

 

O magistrado recebeu o laudo de TEA de nível 1 tardiamente, após a companheira, na pandemia, notar traços, com uma médica.

Imagem: Reprodução

O professor de direito e jurista Alexandre Morais da Rosa foi promovido e se tornou desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), na quarta-feira (5). Diagnosticado com autismo na vida adulta, o juiz é conhecido por participar de sessões como o cordão de identificação — acessório que designa pessoas com deficiências não visíveis.

Doutor em Direito, Rosa era juiz de 2º grau e atua em Florianópolis. Ele foi promovido pelo critério de antiguidade.

O magistrado recebeu o laudo de TEA de nível 1 tardiamente, após a companheira, na pandemia, notar traços, com uma médica. O diagnóstico veio em junho de 2021, após 14 consultas e uma série de testes com psiquiatras e psicólogos.

Alexandre Rosa já era juiz quando recebeu a notícia. Com o laudo, ele contou ao g1 em entrevista que entendeu melhor o próprio funcionamento, limitações e possibilidades. Nomear as peculiaridades da adolescência também tornou a vida mais fácil.

Além disso, na vida profissional, disse ter melhorado desempenho, especialmente com relação ao trabalho em equipe. Em uma rede social onde tem 16 mil seguidores, também fala sobre o assunto e, na quarta, ao receber a notícia da promoção, comemorou e agradeceu:

“Obrigado. A todos. Familiares, amigos e inimigos. Afinal, aprende-se com as convergências e divergências”, escreveu.

Juiz viralizou ao defender lagartixa

Na época, uma empresa de importação foi condenada a pagar R$ 664 a um consumidor da capital de Santa Catarina que teve o ar-condicionado queimado após contato com um desses pequenos répteis. O magistrado, ainda juiz na ocasião, foi relator do recurso que confirmou a sentença do desembargador Helio David Vieira Figueira dos Santos, em 2011.

A empresa havia tentado convencer os juízes de que a culpa era do consumidor, que permitiu acesso do animal ao aparelho.

“Uma lagartixa tem todo o direito de circular pelas paredes externas das casas à cata de mosquitos e outros pequenos insetos que constituem sua dieta alimentar. Todo mundo sabe disso e certamente também os engenheiros que projetam esses motores, que sabidamente se instalam do lado de fora da residência, área que legitimamente pertence às lagartixas”, declarou na decisão.

Fonte: g1


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