| 8 dezembro, 2019 - 11:25

Justiça autoriza soltura de advogada acusada de racismo

 

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), a alternativa do pagamento da fiança foi proposta pela juíza Roberta Chaves depois de ela colher depoimento da suspeita em audiência de custódia na manhã deste sábado

A advogada Natália Burza Gomes Dupin, presa na quinta-feira (5) acusada de ofensas racistas contra um taxista em Belo Horizonte, poderá ser solta após pagar fiança de R$ 10 mil, conforme decisão da Justiça deste sábado (7).

Natália terá direito à liberdade provisória, mas não pode mudar de endereço sem informar o judiciário nem sair da cidade por mais de 30 dias sem autorização prévia e tem que comparecer mensalmente perante a Justiça.

Reprodução

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), a alternativa do pagamento da fiança foi proposta pela juíza Roberta Chaves depois de ela colher depoimento da suspeita em audiência de custódia na manhã deste sábado.

O caso corre em segredo de justiça. Por isso, não são informados detalhes, segundo a assessoria do TJ-MG. Não foi informado se os R$ 10 mil já foram pagos. A advogada só será solta quando depositar o valor. Pouco antes de 15h deste sábado ela ainda estava presa.

Na quinta, dia da suposta agressão ao taxista, Dupin não teve a possibilidade de pagar fiança porque os crimes imputados a ela pela polícia, de desacato, desobediência e injúria racial, somavam mais de quatro anos de detenção. A lei, nesse caso, não permite o pagamento de fiança, mas a decisão foi revertida neste sábado pela justiça.

Segundo a Polícia Militar, o taxista Luis Carlos Alves Fernandes viu a advogada tratando de maneira “grosseira” um senhor perto do ponto onde trabalha, na avenida Álvares Cabral, no bairro Santo Agostinho, próximo ao prédio da Justiça Federal.

Ao se aproximar e perguntar ao homem se precisava de táxi, Dupin respondeu de forma ofensiva, de acordo com o registro policial.

– Precisando de táxi estou mesmo, só que eu não ando com negro – disse a advogada.

O taxista a teria alertado sobre o crime que a fala dela representava e teria ouvido da suspeita outra ofensa.

– Eu não gosto de negro mesmo, eu sou racista – disse ela que, em seguida, cuspiu no pé de Fernandes.

Ainda de acordo com a polícia, a suspeita se negou a dar informações a um policial que registrava o boletim de ocorrência por ele também ser negro e estava muito “exaltada” na delegacia.

Folhapress


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