| 12 abril, 2025 - 07:32

‘Punidos’ com aposentadoria, estes juízes ainda recebem penduricalhos

 

Eles foram acusados de vender sentenças, beneficiar traficantes, usar a posição em benefício da família e até de abuso. Receberam a pena mais grave da magistratura, a aposentadoria compulsória. Esses juízes, apesar de tudo isso, permanecem com remuneração elevada. O UOL analisou informações de 25 magistrados que tiveram suas punições determinadas ou confirmadas nos últimos cinco anos

Eles foram acusados de vender sentenças, beneficiar traficantes, usar a posição em benefício da família e até de abuso. Receberam a pena mais grave da magistratura, a aposentadoria compulsória.

Esses juízes, apesar de tudo isso, permanecem com remuneração elevada.

UOL analisou informações de 25 magistrados que tiveram suas punições determinadas ou confirmadas nos últimos cinco anos pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Seus contracheques mostram que a média de remuneração líquida após a aposentadoria foi de R$ 39 mil, em valores corrigidos pela inflação.É mais que os valores líquidos recebidos em 2024 pelos juízes do STF, cuja remuneração deveria ser o teto do funcionalismo.Isso acontece em parte porque muitos continuam recebendo penduricalhos retroativos, referentes ao período em que exerceram a magistratura, como “adicional por tempo de serviço”, “abono de permanência”, “licença compensatória” e “gratificação de acervo”, entre outros.Desde 2020, foram gastos R$ 7,3 milhões, em valores corrigidos pela inflação, apenas com o pagamento desses penduricalhos.

Todos argumentam que os pagamentos são retroativos, referentes ao período em que os juízes estavam em atividade.Leia aqui a íntegra das respostas.Há casos em que os benefícios foram reconhecidos depois da punição dos juízes e começaram a ser pagos retroativamente. É o caso de pagamento de licença compensatória.O benefício que dá 10 dias de folga (que podem ser convertidas em dinheiro) por mês a juízes que acumulam funções e trabalho extra foi instituído na maioria dos tribunais em 2024.Juízes punidos com a aposentadoria muito antes, no entanto, têm recebido o benefício. O UOL identificou R$ 600 mil pagos nesse adicional.O TJ-SP pagou em dezembro de 2024 e janeiro de 2025 um total de R$ 125 mil desse benefício a Otavio Henrique de Souza.

UOL


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