A Anfarmag, associação de farmácias de manipulação, entrou na Justiça contra o Facebook, dono do WhatsApp, para representar estabelecimentos que tiveram as contas bloqueadas no aplicativo. Segundo a entidade, 500 empresas foram afetadas pelo cancelamento.
Tratam-se de perfis de negócios, do aplicativo WhatsApp Business, dedicado a empresas e não a pessoas físicas.
Os bloqueios, segundo Marco Fiaschetti, diretor-executivo da entidade, se intensificaram nos últimos dez dias, o que levou a associação a recorrer judicialmente.
“Não temos ideia de qual foi a violação das farmácias, visto que foram bloqueados perfis muito distintos, de pequenos a grandes negócios, que faturam muito ou pouco”, afirmou.
![Logo do WhatsApp; contas comerciais de 500 farmacêuticas foram bloqueadas](https://f.i.uol.com.br/fotografia/2019/08/14/15658378755d54ca339b837_1565837875_3x2_md.jpg)
Os avisos do WhatsApp aos comerciantes foram genéricos. Informavam, apenas, que as contas haviam violado regras dos termos de uso. As farmácias alegam que tentaram entrar em contato com o suporte da empresa, mas não receberam resposta.
Segundo Fiaschetti, as farmacêuticas usavam o canal de comunicação, principalmente, para o envio de orçamentos a clientes a partir de prescrições médicas. Elas desconfiam que o bloqueio tenha sido motivado pela venda de remédios pelo aplicativo.
A associação defende que as farmácias têm permissão da Anvisa para atendimento e venda remota de produtos e medicamentos.
Uma resolução da diretoria da agência, de 2009, determina que “somente farmácias e drogarias abertas ao público, com farmacêutico responsável presente durante todo o horário de funcionamento, podem realizar a dispensação de medicamentos solicitados por meio remoto, como telefone, fac-símile (fax) e internet”.
A regra também declara que “é vedada a comercialização de medicamentos sujeitos a controle especial [tarja vermelha ou preta] solicitados por meio remoto”.
Folha de S. Paulo