| 31 março, 2022 - 16:04

Advogado que fez “petição ruim”, aponta erros de juiz em decisão e sugere “música no Fantástico”

 

A novela da “petição ruim”, indicada por um juiz de SP a um advogado, ganhou novo capítulo em embargos de declaração: o causídico tachado de escrever uma peça nada inteligível rebateu o magistrado ironizando-o de “falhas sentenciais”. Em razão da quantidade de deslizes supostamente cometidos pelo juiz, o advogado sugeriu pedir a famosa “música no Fantástico”.

A novela da “petição ruim”, indicada por um juiz de SP a um advogado, ganhou novo capítulo em embargos de declaração: o causídico tachado de escrever uma peça nada inteligível rebateu o magistrado ironizando-o de “falhas sentenciais”. Em razão da quantidade de deslizes supostamente cometidos pelo juiz, o advogado sugeriu pedir a famosa “música no Fantástico”.

Motivos de saúde

Inicialmente, o advogado justifica a petição ruim: ele diz que seu token é utilizado por outras pessoas e que a peça não foi escrita por ele. Nos embargos, o causídico esclarece que não teve a oportunidade de revisá-la, “pois este estava afastado de suas atividades por problemas de saúde”.

“Música no Fantástico”

A ação envolve uma viagem que não foi realizada em razão da pandemia. O autor processou uma empresa aérea para que procedesse à remarcação de passagem. Naquela decisão, o juiz havia observado que a cia aérea já tinha reembolsado os passageiros, não havendo como falar em remarcação.

Nos embargos, então, o advogado vai apontando “falhas sentenciais” do magistrado ao longo do documento jurídico. O causídico diz que o magistrado deixou de observar alguns documentos com relação aos valores creditados das passagens. Quando o advogado aponta a suposta terceira falha, ele diz o seguinte:

“diante de mais uma falha sentencial, a terceira até aqui, onde popularmente se diria que este Juízo já está habilitado a ‘pedir música no programa Fantástico’, o pleito se fez sobre a remarcação do vôo, pois o intento dos Requerentes se atina a viagem em si…”

Chegando ao final do documento, o advogado ainda corrige o magistrado por um erro cometido na sentença. Na decisão, consta “fundamento jurídica do pedido”. O causídico se aproveita dessa falha de digitação para alertar o magistrado:

“Assim como Vossa Excelência, o presente patrono, ainda que passível de falhas, também busca observar as regras gramaticais, sendo assim, da mesma forma que entendeu a Vossa observação sentencial como um cuidado com a mesma, segue sugestão de ajuste quanto a vossa gramática colhida da Sentença proferida, conforme trecho recortado abaixo.”

Depois dessa troca de farpas gramaticais e ortográficas, advogado pede que seus embargos sejam acolhidos.

Migalhas


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